segunda-feira, 3 de maio de 2010

Artigo da Semana: A cigarra e a formiga concurseiras.


Era uma vez uma cigarra que vivia brincando, aproveitando a vida, saia com as amigas noites e noites, tomava uma cervejinha, viajava muito. Não gostava de estudar. Isso nem pensar, falava para as amigas. Bem, a menos que tivesse um bom edital na praça, com muitas vagas e uma boa remuneração inicial para o cargo. Aí teria chance de estudar e logo passar. A cigarra varava noites estudando, tentando vencer o programa do edital - que era extenso, com muita legislação e dezenas de disciplinas para serem estudadas num tempo médio de 60 dias. É claro que a nossa amiga cigarra não conseguia, rolava uma fadiga, uma ansiedade, um enorme estresse, especialmente nos dias que antecediam à prova do concurso. Pensava na farra que faria, no que estava perdendo com os amigos, na noite, comparava sua vida de antes e de agora. O que fazer?, pensava. Estudar e sofrer assim ou entrar na festa como antes? E, quando chegava o dia da prova, baixava o famoso branco e nossa candidata se desesperava porque não conseguia resolver todas as questões, pois não treinou direito e não planejou adequadamente as suas táticas e estratégias para conquistar a tão sonhada vaga em uma carreira pública. No fim, reprovou.

Enquanto isso, a formiga estudava muito baseada apenas no fato de que a autorização do seu concurso fora publicada e que por certo o edital mais cedo ou mais tarde também seria publicado. Matriculou-se em um curso do tipo pacote e em algumas plêiades para reforçar conteúdos e suprir as suas limitações. Acordava muito cedo para estudar as matérias de maior dificuldade e aquelas de que não gostava tanto. Reservava o turno da noite para estudar as matérias mais simples ou aquelas com que tivesse mais afinidade, fazendo muitos exercícios de provas anteriores. Durante as aulas, tirava suas dúvidas, porque antes estudou o capítulo que o professor sugeriu. Adorava conversar com os alunos concorrentes e com os mestres sobre o comportamento da banca examinadora, querendo sempre saber o que tem sido cobrado nos últimos certames. Era humilde quando procurava outros colegas para estudar em grupo, trocar material e experiências.

A cigarra concurseira gosta de estudar sozinha, se acha auto-suficiente. Para ela material bom é aquele encorpado, prolixo e escrito por grandes nomes. Despreza apostilas, cadernos de provas comentadas ou livros escritos por professores de escolas preparatórias. Critica cursos sobre técnica de estudos, administração eficiente do tempo, ou coisa similar. Para a cigarra, o que importa é estudar muitas horas, desde que se tenha um edital na praça.

A formiguinha tinha a consciência de que a vida de concurseira é dura e que, enquanto durassem os estudos, não haveria muito tempo para a família, diversão, mas que não prescindia de uma leve atividade física e de um bom planejamento de estudo, com prazos e metas bem rigorosos para cumprimento. Quando chegou finalmente a data da prova, lá foi a nossa formiga, consciente, convicta de que fez o certo e o melhor, sendo merecedora da vaga. Foi, então, aprovada e classificada.

Moral da história: os resultados advêm depois de muita disciplina, perseverança, foco, muito trabalho, e uma dose de sorte – oportunidade com adequada preparação.

Fonte: J. W. GRANJEIRO
Diretor-Presidente do Gran Cursos
http://www.professorgranjeiro.com/ (03.05.2010 19:00h)

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