domingo, 9 de maio de 2010

Tuma Junior se recusa a falar sobre seu suposto envolvimento com máfia chinesa.

O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior, se recusou a falar sobre a investigação da Polícia Federal (PF) que colheu indícios de seu envolvimento com Paulo Li, apontado pela polícia como chefe da máfia chinesa e preso em setembro do ano passado por contrabando, durante a Operação Wei Jin.

"Não tive acesso nenhum a essa investigação, portanto é impossível falar", disse aos jornalistas por volta das 18h15, quatro horas depois de ter anunciado que concederia uma entrevista coletiva. Mais cedo, o secretário disse aos jornalistas que cuidaria "primeiro do trabalho e depois da fofoca".

Durante a tarde, Tuma Junior coordenou a reunião da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), na qual se reuniu com secretários estaduais de Justiça e Segurança, além de representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público.

Matéria publicada dia(5) pelo jornal O Estado de S. Paulo revela interceptações telefônicas que indicam ligação entre o secretário e Paulo Li. Nessas conversas, captadas pela PF, o chefe da máfia chinesa pede informações a Tuma Junior sobre processos de anistia a estrangeiros irregulares no Brasil.

Segundo o jornal paulistano, Tuma Junior também teria pedido ao contrabandista jogos eletrônicos para uso pessoal. O secretário nacional de Justiça preside o Conselho Nacional de Combate à Pirataria.

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, não atendeu à imprensa. Segundo a assessoria, depois de abrir a reunião da Enasp, o ministro teve agenda com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de segurança pública.

Romeu Tuma Junior é filho do senador Romeu Tuma (PTB-SP), ex-diretor-geral da Polícia Federal no governo Sarney (1985-1990) e do Departamento da Ordem Política e Social (Dops) durante a ditadura militar (1977-1982). O secretário é formado em direito e é delegado de carreira da Polícia Civil de São Paulo.


Fonte: Jornal Carta Forense

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